Durante a greve geral desta sexta-feira, 28 de abril, no Rio de Janeiro trabalhadores marítimos participaram ativamente na paralisação das barcas que fazem o trajeto Rio-Niterói desde as primeiras horas do dia. Por volta das 11h houve concentração em frente à Estação das Barcas, no Centro da cidade, para prestar apoio à mobilização nacional contra as reformas antitrabalhistas que o atual governo pretende impor ao País. A manifestação contou com presença do SINDMAR e demais Entidades Sindicais filiadas à CONTTMAF, à FNTTAA e à ITF, e recebeu apoio de diversos segmentos da sociedade. As pessoas que transitavam pelo local eram informadas sobre riscos que as reformas representam e estimuladas a aderir à greve. Em Belém (PA) e Fortaleza (CE) também ocorreram manifestações de marítimos nas ruas.
Em seus discursos, os diretores dos Sindicatos ressaltaram os perigos que as reformas trabalhista, previdenciária e a terceirização representam para a classe trabalhadora do Brasil e, em especial, para os marítimos. A exigência de 49 anos de contribuição contínua para a Previdência, em vez dos 35 anos atuais, fará com que os marítimos tenham de embarcar para além dos 70 anos de idade. O fim da contribuição sindical irá enfraquecer os Sindicatos, acarretando desestruturação do apoio jurídico, redução da capacidade de negociação, e desmonte das possibilidades de negociar e mobilizar os trabalhadores, lançando-os em uma relação desigual de forças, à mercê do patronato. Além disso, a negociação direta entre trabalhadores e empresas valendo mais que a legislação trabalhista resultará em acordos inferiores aos direitos hoje assegurados na CLT.
Os marítimos embarcados foram orientados a não manobrar as embarcações durante o dia e reduzir a eficiência das operações. Às 12h ocorreu um apitaço geral das embarcações que estavam nos portos, em apoio à greve.