Um terço dos acidentes aéreos investigados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) envolveu violações às normas da aviação. O dado, inédito, foi divulgado pelo chefe do Cenipa, Brigadeiro Luís Roberto do Carmo Lourenço, no Simpósio Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, em São Paulo.
Segundo o oficial, 34,25% dos 181 acidentes aéreos registrados e investigados pelo órgão em 2012 apresentaram violações às normas de aviação, como piloto sem habilitação e inspeção da aeronave vencida. Para o brigadeiro, irregularidades como essas são um dos maiores vilões da aviação geral (soma das operações comerciais e privadas). Questionado se os dados reforçavam a ideia de falta de fiscalização, o Brigadeiro disse que essa questão era atribuição da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e que não teria como comentar. Mas afirmou que é uma questão cultural que tem a ver com o “jeitinho brasileiro”.
O Brasil tem a segunda maior frota civil do mundo, com 15.019 aeronaves. Segundo os dados da Anac, de 2012, houve crescimento de 40,3% em relação a 2003. Já o número de acidentes cresceu mais no mesmo período: 158,5%. Passou de 70 em 2003 para 181 em 2012, segundo dados do Cenipa.