A amarração do N/T Spyros – construído em 2020 sob número IMO 9877171 e de bandeira de Malta – no quadro de boias em Guamaré (RN), cuja propriedade é da empresa 3R, está prevista para acontecer nesta quinta-feira (7) e é motivo de inúmeros questionamentos.
Chegou à representação sindical a informação de que no port information consta que o quadro de boias, que foi projetado e construído há muitos anos pela Petrobras, tem capacidade de suportar navios de até 135000 toneladas de deadweight e a citada embarcação tem em seu registro 158081 toneladas, além de comprimento e deslocamento maiores do que já vimos nas embarcações que foram utilizadas como modelo no projeto original.
Caso ocorra a manobra, será a primeira vez que um Suezmax de tais dimensões operará em Guamaré. O terminal foi privatizado no governo anterior e não há nenhuma informação disponível sobre novos estudos para avaliar limites diferenciados de segurança e como se comportará uma embarcação maior, que se estima, ficará amarrada ao quadro de boias por cerca de 20 dias para o carregamento de 130000 T de carga.
Também se desconhece qual será a reação do navio em função da ação de variação de ventos, condições de mar e corrente levando em conta as áreas vélica e molhada da embarcação que é muito maior do que as que costumeiramente lá operam.
Sendo assim, os fatos acima descritos embasam e justificam a preocupação da Conttmaf com a segurança do quadro de boias, do navio, dos tripulantes, das embarcações de apoio e do meio ambiente com a inusitada operação que está prestes a ser realizada, aparentemente, sem os devidos estudos prévios e a análise de risco específica e consolidada, o que nos traz dúvidas com relação à manobra.
A Conttmaf encaminhou as suas preocupações à Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte.
*Foto da exibição: reprodução/Site Vessel Finder