No acumulado de 2021, o terminal já movimentou mais de 3 milhões de toneladas, o maior volume para os meses de janeiro e fevereiro desde pelo menos 2018
Puxada pelo transporte de cargas entre portos nacionais (cabotagem), a movimentação de mercadorias no Porto do Pecém avançou 7% nos primeiros dois meses deste ano e atingiu um novo marco – o terminal movimentou mais de 3 milhões de toneladas em 2021, o maior volume para o período em pelo menos quatro anos.
Na passagem de janeiro a fevereiro, a movimentação cresceu 21,7%, conforme dados do Complexo do Pecém. O volume de cargas transportadas passou de 1,36 milhão de toneladas (t) em janeiro a 1,66 milhão de toneladas no mês passado. Mais da metade (53%) foi de granéis sólidos e 25% por contêineres.
MOVIMENTAÇÃO NO 1º BIMESTRE DOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS
- 2021 – 3.093.868 tonelada
- 2020 – 2.879.626 toneladas
- 2019 – 2.584.235 toneladas
- 2018 – 2.564.097 toneladas
O fluxo observado pelo terminal cearense neste ano também já é levemente superior à média mensal de 2019, de 1,50 milhão de toneladas por mês, ano de maior movimentação na história do Porto do Pecém. Nos primeiros dois meses de 2021, a média chegou a 1,54 milhão de toneladas.
CABOTAGEM EM ALTA
Mais da metade das cargas transportadas no período foi por cabotagem – 1,69 milhão de toneladas no primeiro bimestre de 2021, um salto de 27% a mais que no do ano passado.
De acordo com Raul Viana, gerente de Negócios Portuários do Complexo do Pecém (CIPP S/A), o aumento reflete o crescimento da busca de empresas nacionais pelo transporte marítimo e à desburocratização desses processos.
“Destaque para as movimentações que vem sendo feitas para desburocratizar ainda mais esse trabalho, esse segmento da navegação e os constantes investimentos que vem sendo feitos na estrutura do terminal portuário ao longo dos anos. Isso certamente se reflete na colheita desses bons resultados que a gente vem tendo agora nesses últimos meses”, apontou.
Na cabotagem, destacaram-se entre as cargas transportadas o minério de ferro, placas de aço, cereais e sal, além do segmento dos contêineres, que cresceu 19% em comparação ao primeiro bimestre de 2020.
PRINCIPAIS DESEMBARQUES DE CABOTAGEM:
Minérios (722.678 t),
Ferro fundido (76.269 t),
Cereais (59.643 t)
Plásticos (25.371 t).
PRINCIPAIS EMBARQUES DE CABOTAGEM:
Ferro fundido (269.846 t),
Sal (72.001 t),
Produtos da indústria de moagem (27.803 t),
Alumínio (21.217 t),
Plásticos (16.706 t)
Cereais (11.830 t).
COMÉRCIO EXTERIOR
Outro fator que explica o incremento da movimentação é o aumento da importação de insumos para a construção civil, acrescenta Carlos Alberto Alves, gerente da Tecer Terminais Portuários, braço operacional do Porto do Pecém. Ele explica que esse mercado cresceu em meio à pandemia e, após o fechamento ou redução da produção de algumas indústrias no lockdown do ano passado, insumos passaram a ser insuficientes para atender a demanda.
(A importação) foi para atender essa demanda que não conseguiu ser atendida pela siderúrgicas locais. Algumas empresas locais, há um ano, tomaram decisões de desativar, sendo muito pessimista. Mas o mercado deu uma recuperada nos últimos no final do ano. Então, esse pessoal não conseguiu comprar no mercado interno e f oi obrigado aí nesses primeiros seis meses a imprimir um ritmo intenso de importação”, aponta.
Considerando toda a movimentação do Porto, as operações de desembarque tiveram um aumento de 21% no primeiro bimestre de 2021 comparado ao do ano passado. Entre as cargas que chegaram ao porto cearense de operações de longo curso, ou seja, com escalas em mais de um país, os principais produtos foram combustíveis minerais (1,082.724 t), ferro fundido (97.419 t), adubos (6.373 t) e plásticos (1.855 t).
Já em relação aos embarques de longo curso, os destaques foram para as movimentações de ferro fundido (98.782 t), frutas (51.300 t), sal (7.902 t) e preparações de produtos hortícolas (6.401 t).
“Os números mostram que o Porto do Pecém vem sinalizando um crescimento mesmo em plena pandemia. Esses dois primeiros meses de 2021 foram também positivamente impactados pela excelente safra de frutas que tivemos ao longo de 2020 e que foi encerrada nesse mês de março. Frutas frescas, principalmente melão, que foram embarcadas em contêineres refrigerados para a Europa. Dessa maneira, as nossas expectativas para 2021 são as melhores possíveis”, destaca Viana.
Fonte: Diário do Nordeste