Repercutiu na imprensa a fala do novo ministro de Portos e Aeroportos do Brasil, Márcio França, sobre a política de privatizações do País a partir de agora.
Diferentemente da gestão passada, o chefe da pasta não pretende entregar as Autoridades Portuárias nas mãos da iniciativa privada, como ocorreu com a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).
Embora esteja nos planos do ministério a manutenção da concessão de terminais, ele descarta a transferência da administração portuária. “Não há problemas de privatizar os terminais, a gente gostaria que os terminais fossem privatizados, mas a autoridade portuária nós não vamos privatizar”, teria afirmado a jornalistas.
O ministro também ressaltou a importância econômica dos portos públicos. “Não é verdade que por ser público não é eficiente. Precisamos aprender que público pode ser eficiente”, disse França, ao lembrar que boa parte do sistema é superavitária.
Na avaliação da representação sindical, causou estranhamento o fato de, no discurso de posse, não haver menção sobre os planos do novo governo para o transporte aquaviário.
As navegações de longo curso, cabotagem, interior e de apoio marítimo estão na competência do novo ministério, bem como o Fundo de Marinha Mercante, e deveriam ter entrado na pauta, que se limitou às estruturas Porto e Aeroporto – parte da Marinha Mercante e do Transporte Aéreo, respectivamente – agora sob responsabilidade de França.
No governo Bolsonaro, o programa BR DO MAR, que pretendia estimular a cabotagem, não foi regulamentado, desagradou aos armadores e estaleiros, e especialmente aos marítimos, que tiveram o emprego de 2/3 de trabalhadores brasileiros vetado por Bolsonaro na Lei 14.301/2022.
É chegada a hora de o Brasil ter um governo que entenda a real importância de nossa cabotagem para a economia e que preze pela soberania do País.
*Foto divulgação Codesa