Autor:Informações e tradução: Sônia D´Azevedo
Em correspondência ao Presidente da CONTTMAF, Severino Almeida, o líder sindical norte-americano David Heindel, que possui longa experiência na representação dos marítimos da América do Norte e Golfo do México, denuncia a Seacor Marine – holding à qual a Seacor Offshore do Brasil está vinculada – por práticas antissindicais, coerção e sabotagem às campanhas de negociação dos acordos coletivos de trabalho de seus empregados.
Na carta, que reproduzimos abaixo, David Heindel descreve como a empresa agiu, no início da década de 2000, para impedir o avanço das conquistas de seus tripulantes. O sindicalista norte-americano também empenha total solidariedade à Representação Sindical brasileira.
O Documento original pode ser lido aqui.
VERSÃO EM PORTUGUÊS DA CARTA DO SINDICALISTA DAVID HEINDEL (SIU, AFL-CIO)
22 de novembro de 2011
Atendendo à sua solicitação, encaminho-lhe informações a respeito da Seacor Marine.
Exerço atualmente a função de Secretário-Tesoureiro no Sindicato Internacional de Marítimos da América do Norte, Atlântico, Golfo, Lagos e de Navegação de Interior, vinculado à ALF-CIO, posição que ocupo desde 1997.
No começo do ano 2000, a entidade tornou-se membro de um grupo de colaboradores composto por sindicatos de trabalhadores que fundaram a Associação de Marinheiros da Costa do Golfo (GCMA).
A GCMA foi fundada pela Associação Beneficente de Oficiais de Máquinas; a Organização Internacional de Mestres e Praticagem; o Sindicato Internacional de Marítimos; o Sindicato Nacional dos Marítimos e pelos Oficiais Marítimos Americanos. O propósito da Associação era se tornar um porta-voz dos trabalhadores marítimos sobre questões de segurança, treinamento e outras condições de trabalho no setor de offshore da indústria do petróleo no Golfo do México.
Em seguida à fundação da GCMA, foi criado um sindicato – o dos Marinheiros Unidos do Offshore – cujo objetivo era tentar garantir o direito à negociação de acordo coletivo destes marítimos. De 2000 a 2003, este sindicato tentou organizar e representar os 1.350 marítimos empregados pela Seacor Marine no Golfo do México.
Esta tentativa de organização enfrentou uma oposição substancial por parte da gerência da Seacor, que, entre outras coisas, impediu os representantes sindicais de se reunirem com os tripulantes para informá-los sobre seus direitos, em conformidade com as leis trabalhistas dos Estados Unidos.
Como resultado da conduta do empregador, o sindicato não teve alternativa a não ser denunciar as práticas trabalhistas injustas junto ao órgão norte-americano de Relações de Trabalho.
Após campanha de três anos, durante os quais a Seacor, juntamente com outras empresas denunciadas, gastou somas substanciais de dinheiro para sabotar os esforços dos sindicatos e seus próprios empregados de receber melhorias nas condições de trabalho, as representações sindicais foram forçadas a cessar suas atividades. Seacor e seus aliados utilizaram táticas mal intencionadas e de intimidação a fim de atrapalhar a campanha sindical.
Em décadas de experiência no sindicalismo marítimo, tanto como membro quanto como dirigente, raramente testemunhei o nível de disposição antissindical demonstrado pela Seacor. Além disso, pelo que sei através de minha participação ativa na ITF, parece que nossa experiência com a Seacor é consistente com sua conduta durante os esforços de organização sindical em outras partes do mundo. Por favor, não hesite em fazer contato comigo, caso eu possa lhe ser útil de alguma forma.
Fraternalmente,
David Heindel
Vice-Presidente Executivo e Secretário-Tesoureiro