O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos, Severino Almeida, afirma que o ritmo de construção de navios está muito abaixo do alardeado nos últimos anos.
– A esta altura, deveríamos ter 14 navios, encomendados pela Transpetro, em plena operação. Na verdade, apenas um ou dois estão em operação, da nova safra – diz, dessa forma salientando que as projeções sobre necessidade de marítimos estariam distantes da realidade. Admite que têm sido encomendados e construídos barcos de apoio, porém, mesmo nesse segmento de grande sucesso, em ritmo inferior ao previsto.
No entanto, segundo Almeida, a grande frustração é o projeto EBN – de Empresa Brasileira de Navegação, da Petrobras. Por esse projeto, a estatal faria contratos de longo prazo com armadores e, com base nessa receita certa, eles encomendariam mais de 39 navios a estaleiros nacionais. O sistema é inteligente, mas não está funcionando. Pelo projeto, os primeiros 19 navios seriam entregues entre 2011 e 2014 e os restantes 20, entre 2013 e 2017. Ao que se saiba, apenas uma empresa, a Kingfish, fez encomendas a um estaleiro. Foram três navios…a um estaleiro que ainda está sendo construído, o OSX, de Eike Batista, no Norte fluminense. Outros 36 navios continuam como projeto.
Sem dúvida, até agora, o projeto EBN se mostra um fracasso. A Petrobras deveria vir a público dar explicações sobre o problema e fixar novos prazos. A presidente Graça Foster, que criticou o planejamento da estatal nos últimos oito anos, com metas não cumpridas, pode incluir o projeto EBN entre os itens não cumpridos.
Com informações de Sérgio Barreto Motta/ Net Marinha