O presidente do Sindmar e da Conttmaf, Carlos Augusto Müller, participou, de forma virtual, do seminário “O governo Lula, a reconstrução nacional e o papel dos sindicatos”, realizado na última terça-feira (5), pelo Instituto Cláudio Campos, na sede da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), em São Paulo.
Na ocasião, Müller, que se encontrava em Santiago, capital do Chile, onde ocorria uma conferência de marítimos e de portuários promovida pela Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), iniciou a sua apresentação ressaltando a importância da representatividade do sindicalismo brasileiro no cenário mundial.
“Temos a grata satisfação de olhar o que está acontecendo no mundo nesse momento, que o sindicalismo brasileiro não deve nada ao melhor sindicalismo que é feito em todas as partes do mundo. Nós sabemos fazer um sindicalismo de excelente qualidade. E ainda contamos, no Brasil, com uma legislação que permite aos sindicatos atuarem, apesar da grande dificuldade financeira que, em um tempo mais recente, passou a afetar as nossas entidades”, disse, fazendo referência à extinção da contribuição assistencial aos sindicatos na reforma da legislação trabalhista, em 2017.
Durante o seu discurso, o presidente da Conttmaf fez um alerta sobre o enfraquecimento dos sindicatos em países onde há pluralismo sindical, prática que está sendo defendida por algumas centrais sindicais brasileiras.
“O Brasil ainda tem um instituto muito significativo na sua Constituição, que é a unicidade sindical e o sistema confederativo, com os sindicatos organizados em federações e em Confederações. E é muito importante, em nossa avaliação, que isso continue sendo defendido por centrais que compreendem a necessidade de existir esse sindicalismo legítimo, como é o caso da CTB e da Nova Central”, destacou Müller.
Em seguida, o sindicalista endossou o discurso do presidente da CTB, Adilson Araújo, que defendeu a valorização da atuação das empresas estatais, das políticas de estado e da criação de condições dignas para os trabalhadores.
“Isso, obviamente, não é algo que interesse a todo mundo no Brasil. Há trabalhadores que se sentem envolvidos, digamos assim, com a possibilidade de um mundo em que haja liberdade sem limites na economia como se isso fosse trazer alguma vantagem para o trabalhador (…). Isso é muito bom para banco, para multinacionais, mas aquelas empresas que podem atuar em nível nacional e contribuir para o desenvolvimento do País, ficam extremamente prejudicadas nessa situação”, observou.
Além de Müller e de Adilson Araújo, participaram do seminário o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Moacyr Auersvald e o assessor de Formação Sindical da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fetiesc), Sabino Bussanello.
O seminário também contou com palestra do diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck, do secretário de Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), José Reinaldo, do presidente da Federação dos Trabalhadores em Água, Energia e Meio Ambiente (Fenatema), Eduardo Annunciato, o Chicão, e do secretário de Relações Internacionais da CTB, Nivaldo Santana.
Assista à apresentação de Carlos Müller no evento: https://www.youtube.com/watch?v=hPWAxAi8mCM&t=7337s