Nesta quinta-feira (13), as centrais sindicais brasileiras participaram do fórum inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, realizado no âmbito da 112ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, na Suíça.
Durante o evento, o presidente Lula, que informou ter aceitado o convite do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert Houngbo, para ser co-presidente da Coalizão, ressaltou a importância da entidade como palco de discussões sobre crises econômicas e desemprego, sinalizando que o mundo vive, agora, um cenário mais complexo.
“Nossas sociedades ainda se recuperam dos efeitos da pandemia de Covid-19 em ritmos desiguais. Novas tensões geopolíticas se somam a conflitos existentes em diferentes partes do planeta. As transições energética e digital já impacientam trabalhadores de todos os países. Os efeitos da mudança climática têm deteriorado a qualidade de vida ao redor do mundo: 2,4 bilhões de trabalhadores são afetados diretamente pelo calor excessivo”, disse em seu discurso.
Para ele, a condução dos debates pela OIT, feita de maneira tripartite, é mais relevante hoje do que quando foi criada. “Nunca a justiça social foi tão crucial para a humanidade. É central resgatar o espírito da Declaração da Filadélfia, adotada há 80 anos atrás. Nela consignamos que o trabalho não deve ser tratado como mercadoria, mas sim fonte de dignidade”, observou.
Sobre a Coalizão Global para a Justiça Social, o presidente afirmou que ela será uma ferramenta central para construir uma transição justa, com trabalho decente e igualdade, e para implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Lula também destacou ações de seu governo em prol dos trabalhadores brasileiros, como a aprovação, em julho de 2023, do projeto de lei n° 1.085 sobre igualdade de remuneração entre homens e mulheres.
Para o presidente do Sindmar e diretor-adjunto de Relações Internacionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Carlos Augusto Müller, é necessário avançar nas condições laborais da classe trabalhadora para se alcançar a justiça social.
“É preciso reduzir as desigualdades e melhorar o acesso à educação e à saúde em todo o mundo, para termos um futuro com desenvolvimento sustentável e sem guerras. O Brasil deverá ter uma participação muito significativa nesse processo (…)”, afirmou Müller.
A Coalizão:
A Coalizão Global para a Justiça Social é uma iniciativa da OIT e busca coordenar esforços de seus membros e de outros parceiros internacionais para a promoção da agenda de trabalho decente e o enfrentamento das desigualdades sociais, com foco na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Conta com 263 associados, entre governos, representações dos trabalhadores e dos empregadores, organizações internacionais e regionais, organizações não governamentais, instituições acadêmicas e empresas. O Brasil vê a Coalizão Global como uma iniciativa capaz de elevar a prioridade da justiça social nas grandes discussões internacionais e abrir espaço para esforços inovadores de cooperação em políticas sociais. O país é membro fundador da OIT e uma das nações que mais ratificou convenções internacionais do trabalho.
*Com informações do Planalto/ Foto: Foto Ricardo Stuckert