Recentemente, os quatro sindicatos mais representativos da pesca industrial brasileira renovaram o seu compromisso de unidade junto à Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (FNTTAA) e à Conttmaf com o objetivo de fortalecer a luta da categoria.
A representação sindical laboral dos pescadores dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Siperjes), do Rio Grande (Sinperg), de Santa Catarina (Sitrapesca) e de São Paulo (Sinpescatraesp) pretendem buscar, sob a coordenação do sistema confederativo, melhores condições de trabalho para os seus representados.
Após participar do Congresso Eleitoral da Conttmaf em outubro, no Rio de Janeiro, o presidente do Siperjes, Maxuel Monteiro da Costa, ressaltou a relevância da atuação da Federação e da Confederação para dar voz ao Sindicato junto a instituições da sociedade civil organizada e ao governo.
“A Conttmaf e a FNTTAA são muito respeitadas no Brasil e no exterior, e a nossa categoria precisa desse apoio, para que possamos resolver questões como a promoção de cursos de formação para o nosso pessoal e de campanhas de incentivo à qualificação profissional”, afirmou o dirigente sindical.
Em declaração sobre a importância da filiação às entidades de grau superior, o presidente do Sinpescatraesp, Jorge Machado da Silva, também destacou a necessidade de se fomentar a capacitação de todos os trabalhadores que atuam em embarcações pesqueiras.
“Estamos falando em cursos específicos para os melhores padrões de pesca industrial, voltados para condutor, motorista e pescador especializado, porque no site do Ministério da Pesca e Aquicultura, a gente encontra dados que apontam a existência de cerca de um milhão de pescadores, mas na pesca industrial não é isso tudo, muitos são pescadores artesanais. Éramos 56 mil até o ano de 2017. Hoje, estamos buscando nos organizar para ter uma melhor atuação”, observou.
Na avaliação do sindicalista, faltam cursos para a formação de pescadores como existia no passado. Ele criticou o fato de o Brasil ser um país com 8.500 km de litoral e com 3,6 milhões de km2 de Amazônia Azul, e não ter, na pesca industrial, o devido suporte para ocupar esse espaço com boa formação de profissionais, com investimentos em relação à pesca e com incentivo à construção de embarcações mais modernas.
“Não temos embarcações como as da Europa e da Ásia para ocupar os nossos espaços de pesca. A Conttmaf e a FNTTAA, que têm forte atuação no Brasil, na ITF e na OIT, podem nos dar esse suporte necessário para colocar a pesca industrial brasileira no lugar que merece, em uma posição de destaque”, afirmou, ao comemorar a eleição da Conttmaf para o Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (Conape).
O presidente do Sinperg, Carlos Roberto Medeiros, destacou o importante papel da Conttmaf junto a órgãos governamentais. Segundo ele, o apoio da entidade é fundamental para que a categoria consiga implementar políticas públicas voltadas para os trabalhadores.
“A Conttmaf está presente em Brasília, lutando pelos seus representados. Hoje, eu não tenho condições de ir lá. Depois que tiraram a contribuição sindical, com a reforma da legislação trabalhista em 2017, ficou difícil. Tudo o que a Confederação conseguir de melhorias vai reverberar no nosso sindicato, aqui no Rio Grande. É uma ajuda que vai ser essencial para nós, aqui, para Itajaí e para Santos”, afirmou.
Já o presidente do Sitrapesca, José Henrique Pereira, foi enfático ao dizer que os sindicatos laborais do Brasil perdem força se não houver unicidade sindical – uma das principais bandeiras da Conttmaf e da FNTTAA.
“A necessidade orienta a prática e cobra, também, a participação de todos. Tem muita coisa para ser feita em parceria, com um ajudando o outro. Precisamos bater mais forte nessa questão do seguro-defeso e da aposentadoria especial também”, disse.
Para o presidente da Conttmaf, Carlos Augusto Müller, a união dos sindicatos na Federação é fundamental para reforçar a representatividade dos trabalhadores. Segundo ele, quanto mais os sindicatos atuarem em unidade no sistema confederativo, mais efetividade terão na busca por avanços.
“Hoje, os sindicatos da Conttmaf representam 450 mil trabalhadores, e isso tem um peso significativo na hora de discutir políticas públicas com o governo ou durante debates sobre projetos com parlamentares, que são os responsáveis por elaborar e aprovar as leis”, concluiu Müller.
Além dos trabalhadores da pesca industrial, a Conttmaf reúne mais de 250 entidades representativas da gente do mar, portuários, navegação interior, aeroviários e práticos.