A Transpetro completa 25 anos nesta segunda-feira (12). É uma data importante, afinal, trata-se de um caso raro de armador genuinamente nacional atuando com 15 navios no longo curso e 11 na cabotagem, entre petroleiros e gaseiros.
A empresa foi criada em 12 de junho de 1998 para ser o braço de logística e transporte da Petrobras, resultado da luta coletiva dos marítimos organizada pelo sistema confederativo capitaneado pela Conttmaf.
“A Transpetro foi fundada em decorrência de um grande acordo que envolveu o governo, a Petrobras e a Conttmaf depois que os marítimos se mobilizaram e se recusaram, coletivamente, a aceitar o PDV oferecido pela empresa, bem como a assinar contrato de trabalho com uma nova companhia cujo principal sócio seria uma gestora de tripulação sediada em Monte Carlo, no Principado de Mônaco”, relembra José Válido, segundo-presidente do Sindmar e diretor da Conttmaf.
Como ocorreu no passado, a atuação da organização sindical marítima brasileira também se mostrou essencial para a continuidade da frota de petroleiros nos dias atuais.
No final de 2022, quando a administração da Petrobras buscava, a toque de caixa, vender parte da frota e criar um atalho para o seu fim, foi a atuação sindical dos marítimos que motivou a diretoria da empresa a retirar o tema de pauta após denúncias apresentadas pela Conttmaf no Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante desnudando a natureza irregular das iniciativas pretendidas.
Desta forma, a Transpetro navega, atualmente, com 26 navios construídos pelo Programa de Modernização da Frota (Promef) entre os anos de 2009 e 2019. Não fosse ele, já não haveria muito o que comemorar no dia de hoje. Sem essas embarcações, não mais existiria frota brasileira.
“Apesar de todas as dificuldades que a Transpetro enfrentou e ainda possa enfrentar, a data de hoje deve ser comemorada. A Transpetro é símbolo da resistência dos trabalhadores marítimos contra as iniciativas que buscam retirar completamente o Estado brasileiro do setor de navegação e transferir essa atividade econômica para as grandes empresas do hemisfério Norte que dominam o setor marítimo globalmente”, observa Carlos Augusto Müller, presidente do Sindmar e da Conttmaf.
Müller conclui: “Temos de registrar, também, o valor dos companheiros e das companheiras que trabalham na Transpetro e seguem as orientações de seus sindicatos. A nossa unidade mantém viva a luta coletiva da gente do mar e nos possibilita defender os direitos e as conquistas que obtivemos a duras penas. A todos, enviamos as tradicionais saudações marinheiras”.
Juntos somos mais fortes!
Unidade e luta!