O Sindmar denunciou à Capitania dos Portos uma série de irregularidades nas embarcações Diana Tide e Astro Barracuda, pertencentes à Astromarítima. Os oficiais vinculados à empresa não vêm recebendo apoio do armador para operar a embarcação em condições seguras, o que configura flagrante violação ao Código Internacional para o Gerenciamento da Operação Segura de Navios e para a Prevenção da Poluição (ISM Code).
As equipes do Flag State Control, das capitanias dos portos no Ceará e no Rio de Janeiro, realizaram inspeções a bordo das duas embarcações nesta semana, e constataram deficiências que impedem a operação delas.
Além dos problemas operacionais, a diretoria do Sindmar avalia que a relação de trabalho estabelecida pela Astromarítima não está adequada. A empresa tem apresentado problemas recorrentes em suas operações há anos – resultado de decisões equivocadas de seus administradores.
As falhas na gestão da empresa já resultaram em graves acidentes nos últimos anos, inclusive dois registrados recentemente, os quais foram fatais. Em um deles, uma oficial que trabalhava em uma das embarcações da Astromarítima em 2016 veio a óbito após ser atingida por um jato d’água durante um teste no canhão de combate a incêndio. Em 2021, um marítimo também faleceu após queda do bote de uma embarcação durante exercício de situação de emergência.
Sem acordo coletivo de trabalho (ACT) com o Sindmar há anos, a Astromarítima figura entre as piores empresas do Brasil para um marítimo trabalhar.
Em 2022, a empresa foi condenada por sua atuação antissindical ao tentar configurar um ACT fraudulento diretamente com os trabalhadores, sem a necessária participação do Sindicato.
Já em 2023, a atuação firme do Sindmar, acompanhada da Inspeção do Trabalho, possibilitou a recuperação de mais de R$ 5 milhões em salários atrasados pela empresa, que foram, então, pagos aos marítimos.
Em um ofício enviado à Capitania dos Portos do Ceará na última terça-feira (5), o delegado do Sindmar, Rinaldo Medeiros, relata que o rebocador Diana Tide foi encontrado com a bomba de incêndio inoperante, e por ter apenas uma bomba reserva, muita água entrou na praça de máquinas.
“A Marinha nos informou que tanto o Diana Tide, inspecionado pela Capitania do Ceará, quanto o Astro Barracuda, vistoriado pela Capitania do Rio de Janeiro, foram retidos e ficarão fora de operação até que sejam feitos os reparos necessários”, afirmou Medeiros.
O Sindmar segue capitaneando a luta contra embarcações de baixo padrão que praticam condições injustas e inseguras em águas brasileiras, resultando em acidentes terríveis e em mortes de trabalhadores na atividade marítima.
A entidade Sindical recomenda aos seus representados que não sejam compreensivos com armadores que praticam baixos padrões, pois os prejudicados nesses casos sempre serão aqueles que estão a bordo.